A Olimpíada Pernambucana de Astronomia e Astronáutica (OPA) acaba de divulgar o gabarito oficial da prova! O exame da edição de 2025 foi aplicado no dia 3 de outubro, reunindo estudantes do ensino fundamental e médio de todo o estado. Este ano, participaram 160 escolas do ensino médio e 70 do ensino fundamental.
Segundo Guilherme Pereira, coordenador e idealizador da OPA e professor do IFPE, a iniciativa tem como objetivo popularizar a astronomia, incentivar o raciocínio científico e fortalecer o ensino de ciências espaciais em Pernambuco. Organizada pelo Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), a OPA é a primeira olimpíada estadual de astronomia em atividade no Brasil e uma das mais bem estruturadas iniciativas do país na área de educação científica.
Como surgiu
O sucesso de estudantes pernambucanos em competições nacionais inspirou o professor Guilherme Pereira e sua equipe a criarem, em 2015, uma olimpíada estadual voltada à astronomia. Naquele primeiro ano, participaram cerca de 1.000 alunos.

Dez anos depois, a OPA já mobiliza quase 15 mil estudantes, consolidando-se como uma porta de entrada para jovens que desejam conquistar medalhas na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e até em eventos internacionais, como a IOAA (Olimpíada Internacional de Astronomia e Astrofísica).
– Começamos pequeno, mas percebemos a grande procura dos alunos e professores. Em dez anos, a OPA se consolidou como uma das principais portas de entrada para jovens que querem se preparar para a OBA e até mesmo para competições internacionais – explica o professor Guilherme.
Conteúdo da prova
A prova do 9º ano foi marcada por uma abordagem interdisciplinar que mesclou astronomia, cultura e história local. Cada questão partia de um elemento da identidade pernambucana para introduzir conceitos de física e ciências espaciais.

Entre os destaques, a primeira questão ligou o conhecimento dos povos indígenas Pipipã às fases da Lua, reforçando a astronomia ancestral; a segunda relacionou o São João de Caruaru às estações do ano, explorando o movimento de translação da Terra; a terceira apresentou o Observatório Astronômico do Sertão de Itaparica (OASI), o primeiro observatório robotizado do país, destacando o fenômeno da reflexão da luz; e a quinta revisitou o episódio do Meteorito Santa Filomena (2020), com cálculos sobre velocidade e distância.
Também houve espaço para a estrela Denebakrab, que representa Pernambuco na bandeira do Brasil, explicando o conceito de ano-luz; e para o educador Paulo Freire, citado na questão sobre o modelo do Big Bang e a expansão contínua do Universo, integrando ciência e humanismo. As últimas questões abordaram temas de astronáutica, com princípios de lançamento de foguetes e a órbita da Estação Espacial Internacional (ISS).

Já a prova do ensino médio trouxe um conteúdo mais denso, com foco em física, óptica e leis planetárias. Os estudantes precisaram aplicar conceitos de velocidade da luz, energia nuclear, órbitas elípticas (leis de Kepler) e temperatura estelar. O gabarito incluiu ainda um desafio experimental, no qual os alunos deviam medir o ângulo entre as estrelas Shaula e Antares, na constelação do Escorpião — um exercício prático de observação que valia 0,5 ponto extra.
Além da olimpíada, o professor Guilherme coordena cursos online de Astronomia oferecidos pelo IFPE. Em 2025, o curso preparatório para a OBA alcançou mais de 11 mil estudantes em todo o Brasil, mostrando o impacto nacional das ações do instituto.
Como participar?
As inscrições para a OPA são realizadas pelos professores das escolas participantes no portal oficial do IFPE (ifpe.edu.br). O processo é simples — basta cadastrar a escola e os alunos interessados. As provas são enviadas às instituições e aplicadas como preparação para a Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA) do ano seguinte, estimulando o aprendizado e a descoberta científica desde cedo.
Mais do que uma competição, a OPA é um movimento de valorização do conhecimento e da curiosidade científica. “Cada questão é uma ponte entre o céu e a cultura, mostrando que a astronomia está presente na arte, na história e na vida cotidiana dos pernambucanos”, conclui o professor Guilherme.



