🚀 AMERIFOG: da paixão pela ciência ao impacto transformador nas escolas de Americana (SP)

Foto de Tibérius Drumond
Tibérius Drumond

Entrevista com o professor Edvaldo Milan

Na cidade de Americana, no interior de São Paulo, a ciência ganhou asas – ou melhor, foguetes. O responsável por essa transformação é o professor Edvaldo Milan, idealizador da AMERIFOG, a Copa Americanense de Foguetes. Inspirado por uma experiência marcante em Barra do Piraí (RJ), durante a Jornada de Foguetes, ele decidiu trazer a emoção da educação científica prática para alunos e professores da sua região.

Com oficinas, competições e atividades que misturam física, astronomia e construção de foguetes, a AMERIFOG rompe a barreira da teoria e convida estudantes a colocarem literalmente a mão na massa (ou no tubo de PVC). E tudo isso com o apoio da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e do professor e astrônomo João Canalle, referência nacional na área.

Nesta entrevista exclusiva para a Comunidade Científica Júnior, Edvaldo fala sobre a origem do projeto, os desafios de executá-lo de forma voluntária, histórias emocionantes que viveu e os planos para o futuro com a criação da AFEC – Associação de Fomento à Educação Científica.


🎙️ Entrevista – Pingue-Pongue

CCJr: Professor Edvaldo, como surgiu a ideia de criar a AMERIFOG?
Edvaldo Milan: Tudo começou após a minha participação na Jornada de Foguetes em Barra do Piraí. Foi a melhor experiência educacional da minha vida. Vi ali superação, paixão pelo saber, professores e estudantes se reinventando. No caminho de volta, senti que essa vivência precisava alcançar outras pessoas. Assim nasceu a AMERIFOG.

CCJr: Quais foram os maiores desafios para implementar o projeto em Americana?
Edvaldo Milan: O principal desafio foi ser um projeto 100% voluntário. Isso gerava dúvidas e resistência. A primeira ação foi trazer o EREA para Americana. Com o apoio da prefeitura, UNISAL, SESI e da OBA, conseguimos realizar o evento e impactar mais de 680 estudantes e 120 professores. As parcerias foram fundamentais.

CCJr: Como os estudantes e escolas têm reagido à iniciativa?
Edvaldo Milan: A recepção é maravilhosa! Teve aluno que teve a avó e o tio indo de bicicleta só pra vê-lo lançar foguete. Em outro caso, uma professora levou o filho com Transtorno do Espetro Autista (TEA) para mostrar que ele também pode conquistar seus sonhos. São momentos que nos emocionam profundamente.

CCJr: O projeto conta com apoio da OBA e do professor João Canalle. Qual o impacto dessa parceria?
Edvaldo Milan: É uma honra ter o apoio da OBA e do professor Canalle, que é uma inspiração nacional. Ele me disse uma frase que carrego sempre: “Um foguete de garrafa PET pode te levar até onde seus sonhos permitirem.” Essa frase resume o espírito da AMERIFOG.

CCJr: Qual a importância da ludicidade e da prática no ensino de ciências?
Edvaldo Milan: Elas transformam a ciência em algo vivo. Quando o aluno monta um foguete, observa o céu ou participa de uma oficina, ele sente a ciência pulsar. Isso desperta curiosidade, fascínio e aproxima o conteúdo da realidade do estudante.

CCJr: As oficinas despertam vocações científicas?
Edvaldo Milan: Com certeza! Elas plantam sementes. Os alunos aplicam física, matemática, engenharia e trabalho em equipe na prática. Quando veem que conseguem fazer, ganham confiança e passam a se ver como protagonistas do próprio aprendizado.

CCJr: Que habilidades os estudantes desenvolvem nas atividades da AMERIFOG?
Edvaldo Milan: Pensamento crítico, criatividade, resolução de problemas, trabalho em equipe e autonomia. Tudo isso com ciência de verdade nas mãos. Eles aprendem a persistir, colaborar e construir soluções juntos.

Professor Edvaldo com os kits educacionais cedidos pela OBA, por meio do professor João Canalle

CCJr: Como manter uma equipe engajada num projeto voluntário?
Edvaldo Milan: Com amor e propósito. Hoje somos um grupo pequeno, mas muito dedicado: minha esposa, três ex-alunos do ensino médio e duas mães. Todos acreditam no sonho. É emocionante ver famílias e jovens unidos por um projeto que transforma.

CCJr: Como foi sua participação no Arraiá Aéreo em Bauru (SP), em 2025?
Edvaldo Milan: Foi especial. Estar com a equipe da OBA, vivenciar oficinas e planetário, trocar experiências… isso fortalece o sentimento de que fazemos parte de um movimento maior pela ciência e educação. Saí de lá ainda mais inspirado.

CCJr: Quais são os próximos passos da AMERIFOG?
Edvaldo Milan: Estamos formalizando a AFEC – Associação de Fomento à Educação Científica, para ampliar o alcance do projeto. Queremos levar a AMERIFOG a mais escolas, mais cidades, mais vidas. A ciência precisa ultrapassar os muros da escola — e estamos prontos para esse novo capítulo.

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